Natura Musical apoia cultura brasileira

A iniciativa, que já patrocinou 130 projetos em cinco anos de existência, abre novo edital

Já estão abertas as inscrições para o Edital Nacional 2010 Natura Musical. O projeto apóia a disseminação da música brasileira em diversos estilos e formatos.

Além da gravação de disco, o projeto incentiva também pesquisas, produção de livros, realização de shows e festivais, produção de filmes e até mesmo ações educativas, que tenham como tema central a música brasileira.

Nesta edição o edital vai destinar R$ 1 milhão para o patrocínio aos projetos. Os interessados podem se cadastrar pelo site www.naturamusical.com.br, até 1º de agosto e escolher em qual categoria irão concorrer: Turnê Nacional ou Fomento à Música.

Fonte: M&M Online

Centauro leva campanha aos cinemas 3D de Goiás, São Paulo e Rio Grande do Sul

Publicidade é veiculada antes do filme Shrek nas sessões 3D dos complexos Kinoplex Itaim, Goiânia Shopping e Bourbon São Leopoldo

A partir de amanhã até dia 22 de julho, antes das sessões em 3D do filme Shrek – uma das animações mais aguardadas do ano – os espectadores que forem ao Kinoplex Itaim, em São Paulo; Goiânia Shopping, em Goiás; e ao Bourbon São Leopoldo, no Rio Grande do Sul; poderão conferir a publicidade em 3D feita pela Centauro, loja referência em artigos esportivos.
Com o foco no público jovem, o filmete “Loja”, de 30 segundos de duração, mostrará a sensação dos jovens dentro das lojas Centauro.

De acordo com o diretor comercial da Circuito Digital, André Porto Alegre, nos últimos meses, a Circuito Digital tem sido muito procurada por empresas que querem apostar em tecnologia 3D na hora de expor sua marca nos cinemas.

“As empresas perceberam que o 3D possibilita uma experiência única com seu público-alvo, até mais impactante do que a já proporcionada pela mídia cinema. Isto deve se intensificar cada dia mais, pois para esse ano ainda temos programado o lançamento de mais de 10 filmes em 3D. Além disso, como business, a exibição em terceira dimensão é muito promissora. Basta levarmos em conta que a média de ocupação das salas com esta tecnologia é 40% superior à das salas com filmes em 2D”, afirma o executivo.

Sobre a Circuito Digital – A Circuito Digital é hoje uma das principais empresas multiplataforma de distribuição de conteúdo publicitário digital para cinemas no Brasil, a chamada cine-publicidade. Com forte atuação em 13 estados mais o Distrito Federal, a empresa se especializa também em novos negócios no varejo. Com cinco anos de história, a Circuito Digital tem uma equipe especializada em desenvolver projetos inovadores e capazes de surpreender os espectadores no “escurinho do cinema”. São 315 salas das redes Severiano Ribeiro, CineSystem, Playarte, CineShow e Cineart.

Fonte: portaldapropaganda.com.br

Produtos de beleza ampliam faturamento de drogarias

Redes aumentam fornecedores de itens de bem-estar para se adequarem às leis sem diminuir lucros

Shampoos, maquiagens, cremes, chocolates e refrigerantes… Tudo isso reunido em um local que foi criado para vender remédios. Cada vez mais, as farmácias e drogarias brasileiras ampliam seus negócios e investem em um mix de produtos que vai muito além dos medicamentos para se destacarem no setor. Analisando os números desse mercado, o trabalho parece ser bastante satisfatório e, por isso, pequenas e grandes redes do setor encontram espaço para crescerem.

Em 2009, o segmento farma movimentou cerca de U$ 15 bilhões. A expectativa é de que até 2013 esse mercado cresça no Brasil entre 8% e 11% ao ano, índices que farão o país subir uma posição no ranking mundial do setor, passando para o 8º lugar, de acordo com a IMS Health. Embora essa expansão seja nítida, profissionais da área têm que se esforçar para permanecer progredindo, mesmo com as mudanças que a Anvisa fez nos últimos tempos.

Além da proibição da venda de produtos de conveniência, houve a regulamentação do auto serviço, que acabou com os remédios que podiam ser pegos livremente nas lojas. Essas modificações fizeram com que as empresas investissem em uma tendência que há algum tempo já vinha sendo notada: a de investir em produtos de higiene e beleza.

Reorganização dos pontos-de-venda
Não poder mais comercializar itens de conveniência preocupou muitas empresas que tinham com esses produtos uma parte importante de seu faturamento. É o caso da Hiperfarma, rede curitibana que tem 108 pontos-de-venda com sua bandeira no sul do país. Para a empresa, vendas de produtos como chocolates, refrigerante e sucos significam até 15% do faturamento em determinadas unidades. Por esse motivo, algumas lojas conseguiram liminares para manterem a venda. “Isso depende do município. Em Santa Catarina, nenhum tipo de conveniência é permitido, já no Paraná algumas leis municipais facilitam o negócio”, explica Robert Kock, Presidente da rede, em entrevista ao Mundo do Marketing.

Como a promessa da Anvisa é fechar ainda mais o cerco, a PH Eventos, empresa especializada em Marketing Farmacêutico, garante que a melhor opção é que os pontos-de-venda adequem seus espaços e portfólios para a nova realidade. Esse foi o principal tema discutido durante a 8º Econofarma, realizada pela empresa no final de junho, em São Paulo.

“Mostramos para os profissionais que dar destaque aos produtos de beleza, trabalhando melhores localizações e sinalizações, é a melhor estratégia para que os lucros não sejam afetados”, afirma Paulo Heitor (foto), diretor da PH Eventos, organizadora da feira que recebeu mais de 10 mil visitantes, 110 expositores e gerou cerca de R$ 30 milhões em negócios.

O negócio da beleza
“Estamos trabalhando com profissionais de todo o Brasil um conceito que já era usado há muito tempo no Rio de Janeiro: o investimento no segmento de beleza, muitas vezes disponibilizando até um perfumista especializado nas lojas”, completa o organizador do evento, que ainda ganhará uma versão nordestina, em outubro, realizada em Recife.

Essa tendência já virou prática na maior parte das redes do Brasil, independente do público a que se destinam. A Drogaria Carrefour, focada na classe C, investiu R$ 300 mil em cada uma de suas 20 unidades para aumentar o espaço e ampliar em quatro vezes os serviços de beleza, trazendo marcas como L’Óreal, La Roche-Posay, Vichy e Stiefel. Com isso, a rede espera inaugurar outras 20 unidades ainda em 2010.

Focando em um perfil de cliente bem diferente, a Drogaria Iguatemi também pretende ampliar sua marca em 2010. A rede começou sua história junto com o shopping homônimo em São Paulo e, assim como o estabelecimento, tem um consumidor selecionado. “Nosso cliente é bem informado e procura produtos especializados. Para ele, o preço não é o fator decisor”, afirma Leonardo Diniz Jorge, Diretor de Marketing e Vendas da Drogaria Iguatemi, em entrevista ao site. A empresa conta com três unidades e tem quase 23 mil produtos em seu mix, sendo 60% deles do segmento de beleza.

Formatos diferentes para públicos distintos
Para fortalecer a marca, a Drogaria Iguatemi investiu ainda R$ 1 milhão na expansão de sua matriz e em sua identidade visual. “Transformamos nossa loja em um espaço único de beleza”. A ideia do projeto foi concebida para agregar à comunicação conceitos como versatilidade, dinamismo, luxo e bem-estar.
Já a gaúcha Panvel também tem formato de loja específico para o público interessado em produtos de beleza. A Panvel Bem-Estar e Beleza são as unidades mais sofisticadas da rede, localizadas em shoppings ou regiões de luxo, e contam com uma equipe treinada para o serviço especializado. Além disso, dos 470 itens da marca própria da rede, 20% são de perfumaria.

“A perfumaria hoje é a nossa ‘joia’. Investimos nela para aumentar nosso faturamento, mas não ampliamos nosso mix a ponto de vendermos produtos de conveniência. Acho que isso sai do foco e pode deixar até o cliente um pouco perdido”, completa Julio Mottin, Diretor Superintendente da Panvel, em entrevista ao site.

Remédios ainda são principais
Apesar do esforço para atrair consumidores de beleza, a maior parte das redes ainda tem, ao contrário da Iguatemi, a sua força nos medicamentos. A Panvel faturou R$1,2 bilhões em 2009. Desse total, 70% em medicamentos que têm mais força nos outros dois formatos de loja: a Express – que se localiza em supermercados – e a promocional – que tem os preços como diferencial.

Com a Drogaria São Paulo essa realidade não é diferente. A rede que mais vende no Estado de São Paulo também trabalha mais o espaço de perfumaria, mas garante que seus lucros vêm mesmo do portfólio tradicional. “O espaço que dedicamos a cada segmento no ponto-de-venda é inversamente proporcional ao lucro que eles nos dão. Não podemos e não precisamos trabalhar tanto a localização dos medicamentos para vendê-los”, explica André Elias, Diretor de Marketing da rede, ao portal.

A DSP é um dos grandes exemplos de movimento desse mercado no último ano. Focando no preço como diferencial, a empresa comprou a sua concorrente Drogão no mês passado. Com isso, a bandeira da rede estará presente em mais 72 pontos-de-venda, além dos 255 que já pertenciam à marca. “A aquisição nos permite ter mais presença em shoppings, já que éramos mais focados em lojas de rua”, completa o executivo sobre o posicionamento da drogaria.

Por Rayane Marcolino

Fonte: Mundo do Marketing

Os impactos da Copa de 2014 no Marketing brasileiro

Com a realização do mundial, a economia deve produzir R$ 142 bilhões adicionais

O Mundial da África do Sul ainda nem acabou, mas a realização da Copa do Mundo de 2014 no Brasil já representa uma oportunidade para as marcas e para o país, que terão maior visibilidade global. O consumo aquecido e a expectativa de que a economia brasileira produza R$ 142 bilhões adicionais nos próximos quatro anos provam que o campeonato de futebol sediado no país movimentará a estratégia de Marketing de muitas empresas.

Quais são os impactos socieconômicos da Copa do Mundo de 2014 no Brasil? Que desafios serão enfrentados pelo Marketing brasileiro até a realização do mundial? Como garantir os efeitos positivos do evento no país e minimizar os negativos? Quais são as oportunidades e iniciativas para potencializar os benefícios do campeonato para a sociedade, marcas e consumidores?

Essas são algumas das questões avaliadas no estudo Brasil Sustentável – Impactos Socioeconômicos da Copa do Mundo 2014, realizado pela Ernst & Young. Em entrevista ao Mundo do Marketing, José Carlos Pinto, Sócio da Consultoria Ernst & Young, fala sobre as oportunidades encontradas pelos profissionais de Marketing e pelo mercado brasileiro até o mundial de 2014.

Mundo do Marketing: O que motivou esta edição do Estudo Brasil sustentável e como avaliar os resultados apresentados?
José Carlos Pinto: Esse estudo está inserido no programa Brasil Sustentável. A ideia é pensar no país em um horizonte de longo prazo. Desde o ano passado, tomamos a decisão de que um desses estudos deveria estar focado na Copa do Mundo, tendo em vista a percepção de que os impactos seriam bastante substanciais. Fizemos uma avaliação que vai muito além dos investimentos diretos, como construção e reforma de estádios e infraestrutura básica, como aeroportos, rodovias e urbanização de cidades.

Apuramos também quais são os impactos indiretos desses investimentos. Avaliamos a cadeia de produção para mensurar o efeito desses investimentos na cadeia produtiva como um todo e, consequentemente, no consumo. O resultado disso tudo deu um número importante para a economia como um todo: a injeção na economia de R$ 142 bilhões, evidentemente com escalas diferenciadas nos diversos setores.

Mundo do Marketing: Quais são esses impactos socioeconômicos?
José Carlos Pinto: Do ponto de vista de impactos econômicos, temos a oportunidade de receber tanto capital nacional da iniciativa privada, como de investimentos internacionais, que só ocorrerão em decorrência da organização da Copa do Mundo. São investimentos diretos que, de fato, gerarão legados, como estádios, aeroportos, rodovias e urbanização das cidades-sede. Iniciativas que serão aceleradas ou feitas em uma intensidade maior em função do mundial.

Do ponto de vista social, é a oportunidade de gerar um volume de empregos bastante representativo, o equivalente a 3,6 milhões de empregos por ano. Isso insere na economia formal e no mercado de trabalho um conjunto de profissionais que não tinham qualificação ou oportunidade de capacitação.

Mundo do Marketing: Como estes impactos podem influenciar a estratégia de Marketing das empresas patrocinadoras?
José Carlos Pinto: Segundo o estudo, o principal investimento é de mídia, previsto em torno de R$ 6,5 bilhões. Levamos em consideração análises de Copas anteriores, principalmente a da Alemanha e a da África, que ainda está produzindo efeito e não tivemos todos os dados disponíveis. Já observamos nesta Copa de 2010 que as empresas brasileiras são patrocinadoras da FIFA e não apenas da CBF. A cota de patrocínio está aumentando e o nível de publicidade é crescente em comparação às Copas anteriores.

As empresas brasileiras, de uma forma geral, aproveitarão para fazer um investimento relevante voltado para a Copa do Mundo, que é o evento que mais atrai a atenção global. As marcas que precisam aparecer do ponto de vista global utilizarão esse canal para investir diretamente na Copa ou indiretamente em outras possibilidades.

Mundo do Marketing: Como o Marketing poderá contribuir para a imagem da marca “Brasil” internacionalmente?
José Carlos Pinto: Existe algo que chamamos de “atmosfera da Copa” e isso deve ser capitalizado desde já, não só no país, como em cada município que receberá os jogos. Há um grande comitê organizador e diversos outros em cada uma das 12 cidades sedes, em nível municipal e até estadual.

Nossa recomendação é que os comitês locais iniciem desde já a definição de seus planos de Marketing. Serão necessárias ações que consigam comunicar, mostrar e fortalecer a imagem do local, como festas e manifestações regionais e culturais. Como vender a imagem da cidade e da região e como capitalizar em torno disso. Isso será responsável por promover o turismo, por exemplo.

Mundo do Marketing: E quais os desafios para as marcas?
José Carlos Pinto: Os investimentos devem estar muito mais concentrados no período de 2014, mas as empresas devem iniciar estudos sobre como investir, criar produtos e ações de Marketing desde já. Existem muitas restrições para vincular a marca à Copa do Mundo, mas muito pode ser feito. Esse é o grande desafio.

Mundo do Marketing: Quais são os segmentos que serão mais beneficiados com a Copa?
José Carlos Pinto: Sem dúvida a construção civil. Em alimentos e bebidas há empresas que querem expor sua marca mundialmente, como a Seara fez neste último mundial. Há também uma demanda por prestação de serviços especializados que só existem por causa da Copa. Consultorias, empresas especializadas e organizações internacionais estão se instalando no Brasil exclusivamente para a prestação de serviços com foco em grandes eventos esportivos.

Não podemos esquecer do turismo de uma forma geral. A hotelaria terá um impacto muito grande, hotéis receberão investimento e serão ampliados. Além disso, o Brasil receberá um International Broadcast Center (espaço para transmissão de rádio e televisão de um determinado evento), o que consome milhões em investimentos. Cada cidade sede também terá um centro de mídia e milhares de profissionais do exterior virão trabalhar no mundial.

Mundo do Marketing: Que oportunidades a Copa oferece para as marcas nacionais?
José Carlos Pinto: Vinculando a marca a esse tipo de evento, as empresas brasileiras terão um nível de exposição nacional alto, porque estamos falando de 12 cidades que são bastante representativas, da paixão brasileira pelo futebol e do aumento da demanda por consumo. Há um conjunto de potenciais benefícios. Alguns deles geram aumento imediato de receita, enquanto outros melhoram o posicionamento da marca, seja nacionalmente, como também internacionalmente.

O Brasil vive um momento relativamente recente de construção de organizações globais. Grandes companhias brasileiras querem se internacionalizar. Quando vincula a marca à imagem de um país que não é muito sólida, o esforço é maior para que ela se torne importante no cenário global. A Copa no Brasil é uma oportunidade de dar visibilidade global às marcas, como aconteceu com alguns produtos da Ambev e com a Seara na Copa da África do Sul. Se as empresas aproveitarem os benefícios desse investimento, o retorno será garantido.

Mundo do Marketing: Qual será o perfil dos consumidores nesta Copa?
José Carlos Pinto: O consumo já começa a existir e toda cadeia será afetada. No período da realização do evento, temos a expectativa de que cerca de 3,3 milhões de ingressos serão vendidos. O público que assistirá aos jogos já é um número bastante significativo. Mas tem o fator multiplicador. Muita gente não vem, necessariamente, para ver as partidas. Há os acompanhantes, os prestadores de serviços e toda movimentação local. Na Copa da Alemanha, por exemplo, foram três milhões de ingressos vendidos para os jogos e 18 milhões de pessoas participando de eventos como o FIFA Fan Fest. Isso tem um efeito de atração de pessoas e, consequentemente, de consumo significativo.

Mundo do Marketing: Como coibir ações de guerrilha?
José Carlos Pinto: O estudo não cobriu especificamente este assunto, mas é um tema de grande preocupação. A FIFA é extremamente atuante e preventiva em coibir esse tipo de ação, junto com a CBF. Desde o início, há uma preocupação em evitar que esses problemas ocorram e não simplesmente cobrar uma indenização depois. Existem regras preventivas que ainda estão em fase de ajuste e farão parte das garantias governamentais brasileiras, desde questões tributárias e alfandegárias, até em relação à propriedade da marca. Com a criatividade do brasileiro, certamente os problemas acontecerão, mas temos que ter um batalhão de choque para coibir rapidamente e fazer valer a força da lei. Para isso, temos instrumentos legais.

Mundo do Marketing: Quando a Copa 2014 deve começar para o Marketing no Brasil?
José Carlos Pinto: A minha recomendação é de que comece desde já, dosando investimentos e planejando de forma adequada. Com o conceito de “atmosfera da Copa” e a criatividade do profissional brasileiro, há oportunidades para que o Marketing brasileiro pegue carona e comece a planejar, identificando ações efetivas e fazendo investimentos adequados. Evidentemente, os maiores investimentos serão concentrados em 2014, mas existe um conjunto significativo de eventos que acontecerão até 2014, como a Copa das Confederações. O foco do mundo estará voltado para o Brasil no que se refere a futebol e à Copa do Mundo nos próximos quatro anos. Podemos esperar até 2014 para fazer barulho, ou começar desde já.

Por Sylvia de Sá

Fonte: Mundo do Marketing

Especial: Expansão de O Boticário agrega ruas e shoppings

Rede de cosméticos investe nos dois modelos para atingir três mil lojas em 2010

O dilema loja de rua x shopping não cabe para O Boticário. A rede investe nos dois modelos e pretende fechar o ano de 2010 com três mil pontos-de-venda, mostrando que as duas opções de varejo são complementares para a estratégia de crescimento da marca de cosméticos. O projeto foi iniciado em 2007 com um novo modelo de ponto-de-venda para as novas lojas, enquanto outras foram relocalizadas, reformadas e padronizadas com a arquitetura.

A expansão da rede atingiu o número de 915 franqueados e cerca de 870 produtos. O resultado do investimento é de R$ 3,5 bilhões em faturamento no ano passado. Das 2.840 lojas, 68% estão localizadas em ruas. Só elas correspondem a 55% do faturamento do grupo. Os shoppings são os endereços de 15% dos pontos-de-venda, que representam 30% da receita da marca que abre, em média, 200 lojas abertas por ano.

As diferenças regionais fizeram o projeto de expansão da empresa dividir o Brasil em três grupos. Os municípios onde não havia lojas, os que possuem poucos pontos-de-venda e as grandes cidades. Para cada modelo, a companhia dispõe de 40 consultores que avaliam os espaços e dão o aval para o início do projeto. Depois de verificar o potencial destas regiões, a rede se baseia em um sistema de filtros estatísticos que avalia a renda média dos habitantes da região, o seu potencial de mercado para novas lojas, o custo por metro quadrado e o retorno para o franqueado.

Expansão em dois modelos
Apesar de parecer mais fácil, dos grandes municípios brasileiros avaliados no processo de expansão, apenas 60% deles ofereceram reais condições de efetivar a expansão da rede. “Abrir novas lojas, relocalizar, ampliar os pontos-de-venda e padronizar a arquitetura são movimentos feitos ao mesmo tempo. Demanda ferramentas de gestão. Por isso criamos o Sistema de Gerenciamento de Processos Construtivos”, aponta Osvaldo Braga Moscon, Gerente Executivo de Canais de Vendas de O Boticário.

O planejamento de expansão das lojas teve forte crescimento no faturamento das lojas de rua. Em algumas delas, a movimentação de consumidores é maior do que qualquer shopping poderia ter. "O número de pessoas que entram nas lojas de rua O Boticário é menor do que nos shoppings. As lojas de rua têm menor capacidade de captar, mas tem um índice de conversão maior do que o dos shoppings”, diz Moscon.

O comércio de rua atrai principalmente os consumidores que residem próximos a ele. O tempo máximo de deslocamento que o cliente suporta para chegar ao local de compras é de até 15 minutos, segundo um estudo interno da companhia. A diferença dos shoppings é que a população flutuante não mora perto, mas trabalha próxima destes centros ou estão de passagem pela região por um motivo qualquer. Para fazer disso uma oportunidade, O Boticário investe em Geomarketing, fazendo o cruzamento de dados como a renda média dos consumidores da região e o número da população flutuante do pólo.

Estudo caso a caso
Para escolher os locais ideais para abertura ou reforma das lojas, a empresa estuda a densidade do comércio daquela região, o número de pontos comerciais e até a correlação dos segmentos de outras lojas com os produtos O Boticário. A origem e o destino dos consumidores que entram nas lojas de rua também fizeram parte do estudo que validou a expansão da marca de cosméticos. “Uns saíram de casa para comprar, outros estavam voltando do trabalho. Ao compararmos as lojas de rua com as de shopping, de supermercados e as de galerias verificamos que 50% dos que passavam por ela efetuaram uma compra”, conta o Gerente Executivo de Canais de Vendas do Boticário.

Em um processo de relocalização, O Boticário transferiu uma loja de rua para outro logradouro na mesma região, já que a fachada era obstruída por uma árvore. No novo endereço, o número de pessoas dobrou e, consequentemente, aumentou a receita da loja. Em uma outra ocasião, uma simples mudança de uma rua para outra fez com que o trânsito de consumidores passasse de 200 para 600 pessoas a cada hora.

O espaço interno tem custo mais baixo do que os shoppings, está mais próximo do consumidor, é imune à gestão do shopping e possui mais liberdade para realizar ações de Marketing. Já os shoppings oferecem estacionamento, são ambientes planejados e não sofrem interferência de decisões políticas sobre o tráfego de uma região. Além disso, estão alheios ao projeto “Cidade Limpa” e às influências climáticas, como enchentes e poluição sonora, por exemplo. "A atuação nos dois modelos de varejo faz com que se perceba vantagens em ambas", completa Osvaldo Braga Moscon, Gerente executivo de Canais de Vendas de O Boticário.

Por Thiago Terra
* com reportagem de Bruno Mello

Fonte: Mundo do Marketing