Pesquisa de mercado: o sucesso do negócio

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O Brasil é um país de empreendedores. Esta afirmação pode ser justificada pelo número de cadastrados no programa Microempreendedor Individual (MEI), que ultrapassou a marca dos 3 milhões em maio deste ano. O objetivo do programa é possibilitar que os pequenos empresários parem de atuar na informalidade e regularizem sua atividade profissional.

O perfil de quem quer ser dono do próprio negócio está mudando no Brasil – e para melhor. Há alguns anos, a maioria das pessoas que empreendiam pequenos comércios, por exemplo, se dedicava a isto porque não tinha chances de concorrer no mercado formal de empregos em razão da pouca escolaridade. Atualmente, os jovens com uma boa educação também estão interessados em empreender. Um dos motivos principais para isto é a busca da liberdade e do desejo de unir o trabalho com o prazer de desempenhar as atividades.

A vontade de empreender, tanto dos brasileiros quanto de pessoas de diversos países, fez surgir uma dinâmica mundial em favor de boas ideias e de iniciativas com potencial para a geração de lucros e a criação ou abertura de novos mercados. Um exemplo disso é a quantidade de startups mundo afora com o objetivo de criar produtos e serviços que sejam úteis para pessoas e empresas, onde os jovens, sem sombra de dúvida, dominam o território.

Para dar subsídio a essas criações, sobretudo às tecnológicas, a figura do chamado investidor-anjo invadiu o mundo corporativo procurando projetos nos quais investir. Ele nada mais é do que alguém, que pode ser pessoa física ou jurídica, que investe em um projeto e, assim, se torna um tipo de sócio minoritário. Muitas vezes o auxílio deste investidor vai além da simples injeção de dinheiro. Ele também usa sua experiência para orientar a gestão e sua influência para abrir as portas do mercado para a nova empresa. Apesar de também poder desempenhar este papel, o “anjo” não tem poder de gestor dentro da empresa.

O fato é que não importa o perfil do empreendedor, o tipo de negócio ou quanto dinheiro foi investido. É preciso que os futuros empreendedores pensem em longo prazo. Por isso é necessário planejar todas as etapas do negócio e a primeira delas é a pesquisa de mercado. Isso quer dizer que o conhecimento da área de atuação da empresa é fundamental para a sua consolidação e prosperidade. Por isso, diversos fatores devem ser levados em consideração, desde o modelo de negócio até o ponto físico de venda.

Apesar disso, é nítido que o que move o empreendedorismo no Brasil é, essencialmente, a vontade de fazer o negócio dar certo. Pensamento e atitude positivos são essenciais para isso, mas não o suficiente. Culturalmente, os pequenos negócios do país nascem a partir de uma boa ideia ou de uma necessidade financeira do empreendedor. O planejamento que antecede o momento de colocar a mão na massa, em muitos casos, não existe.

No entanto, é primordial não pular esta etapa para alcançar o sucesso. E para que isso não aconteça, algumas pessoas já incluem no valor total do investimento uma verba destinada à pesquisa de mercado. Diversas consultorias oferecem o serviço e elaboram uma análise dos vários aspectos e fatores adversos que podem influenciar o desenvolvimento da empresa. No entanto, para quem está iniciando nos caminhos do empreendedorismo e só tem uma boa ideia na cabeça e pouco dinheiro para investir, vale a pena tomar alguns cuidados.

Em primeiro lugar, é preciso analisar friamente por quanto tempo o negócio se sustenta até que engrene de vez. É importante ter uma reserva para mantê-lo durante os primeiros meses ou até durante o primeiro ano. Otimismo é fundamental, mas a pesquisa deve ser baseada na realidade e levar em consideração os percalços pelo caminho.

Outra recomendação é estudar os produtos e/ou serviços da concorrência para saber como se posicionar no mercado. Analisando outras empresas é possível copiar e aperfeiçoar as boas práticas da gestão, além de identificar os problemas. As falhas observadas podem ser o trampolim para o sucesso, pois a nova empresa pode oferecer diferenciais e se destacar aos olhos do público-alvo.

Também é muito importante estudar a área onde será implantada a estrutura física da empresa. É preciso verificar se ao redor existe um banco de possíveis consumidores, se a via tem movimento de pessoas a pé ou de carro, se o local é seguro, entre outro fatores.

Dito isto, concluo que o mais importante na hora de empreender é planejar, e não executar. E apesar da paixão e entusiasmo do momento, as melhores decisões são aquelas calculadas friamente e com ajuda profissional.

Boa sorte aos novos empreendedores!

Fernando Penteado é sócio-proprietário da Sunbelt Campinas, empresa especializada na intermediação de negócios de pequeno porte

Fonte: Administradores.com

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