As duas grandes alternativas estratégicas para se lidar com a complexidade

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Complexidade, derivado de complexo, que é definido pelo “Aurélio” como confuso, complicado, intricado. Complexo inclusive de ser definido, este tema tem pairado sobre os meios de comunicação nos últimos anos. Foi capa da revista “Harvard Business Review”, e de muitas outras publicações, sendo que diversas organizações e executivos têm se debruçado sobre este tema buscando desvendá-lo.

Talvez, desvendar esse tema seja algo muito distante ainda. Entretanto, podemos notar que os efeitos dele advindos são devastadores em vários ambientes, a começar pela economia mundial. Esta tem sofrido mudanças profundas e se tornado muito mais complexa de ser compreendida e de se atuar nela, com a crescente interconexão dos mercados e sistemas, tanto diretamente, como por meio das organizações. A consequência desse ambiente cada vez mais complexo é o incrível aumento da incerteza na rotina das pessoas, das empresas, dos governos e da sociedade como um todo.

Mas não basta termos consciência. Precisamos ter conhecimento mais profundo da origem da complexidade que nos envolve, principalmente associada às nossas organizações, às empresas em que atuamos como profissionais no nosso dia a dia. E para adquirirmos conhecimento, precisamos ter tempo dedicado a esse tema, atenção para compreender o que nos envolve no nosso dia a dia e percepção para o que pode ser alterado, modificado, evitado a partir de iniciativas individuais ou coletivas.

Certamente, parte da complexidade do nosso dia a dia tem origem em nós mesmos, provavelmente a partir de ações que nós mesmos adotamos, a exemplo do modo como usamos nosso e-mail. Enviamos mensagens incompletas, que demandam novas ações. Respondemos mensagens incompletas da mesma forma. Incluímos outros em nossas mensagens, ramificando a discussão. E assim segue a multiplicação das mensagens.

Em uma pesquisa mundial recentemente encomendada pela KPMG à EIU – The Economist Inteligence Unit, várias observações muito interessantes foram coletadas de diversas partes do mundo, incluindo as opiniões de CEOs, CFOs e diretores financeiros que participaram do levantamento. Uma observação comum foi que, para os negócios, o aumento da complexidade não é simplesmente uma inconveniência, pois pode afetar radicalmente a forma como os negócios são gerenciados, colocar em risco a rentabilidade com novos custos, agregar riscos e, por outro lado, ainda criar oportunidades.

Varias observações foram obtidas desta pesquisa, e as principais foram:

– O aumento da complexidade é um tema relevante em todos os países pesquisados, e também nos vários setores da economia;

– Os sistemas de informação gerencial se posicionam tanto como causa da complexidade, como solução;

– Complexidade não é estática;

– As ações que as várias empresas tomam para lidar com a complexidade são, na melhor forma, de efeito moderado, apenas; e

– Oportunidades de negócios também existem em situações complexas.

De modo geral, observou-se que há duas grandes alternativas estratégicas para se lidar com a complexidade. Primeiro, abrace-a. Isto mesmo…, receba a complexidade como algo que te encoraja a tomar uma ação de inovação e mude-a. Ou, tente evitar a complexidade mantendo os processos de negócios simples. Como executivos, devemos constantemente decidir qual caminho tomar nas mais diversas circunstâncias e, diante da complexidade, nosso papel continua o mesmo, de gestão do melhor caminho a ser tomado em busca dos nossos objetivos profissionais e empresariais na função que exercemos em prol da organização que representamos.

Jarib Fogaça é sócio da KPMG no Brasil.

Fonte: Administradores

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