Delegue para não morrer cedo

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Há líderes que gostam de trabalhar exageradamente e, além disso, não confiam no trabalho de ninguém. Centralizam uma sobrecarga de atividades – sejam elas profissionais ou não -, e ainda levam para casa muitas dessas tarefas. Circula até em nosso meio o termo inglês “workaholic” que designa a pessoa viciada por trabalho.

Se esse for o seu caso, tenho uma palavra não muito animadora. Você está morrendo aos poucos! O estresse desse mundo materialista e altamente competitivo é, sem dúvidas, um inimigo oculto que vai imperceptivelmente minando a saúde física, emocional e relacional de muitos. O grave é que o comportamento em questão acelera as consequências.

E qual é a minha principal motivação ao expor este assunto? Quero animá-lo a uma mudança de atitude, corajosa e desafiadora, em busca de uma vida saudável e mais organizada. Comece se conscientizando de que essa mudança é necessária e encontre os melhores motivos para um novo recomeço.

Em agindo nessa perspectiva, você estará dando os primeiros passos para uma nova fase de sua vida. Mas as pessoas do seu convívio íntimo é que vão lhe agradecer. Acredite! Toda vez que fazemos das coisas as nossas prioridades, acabamos por descartar injustamente as pessoas, principalmente aquelas que estão mais próximas de nós. Tenho dito que, infelizmente, essa tem sido uma das falhas recorrentes da experiência humana.

Então, busco na Administração um recurso que vai ajuda-lo muito – a delegação de tarefas. Delegar, no caso, é o ato de transmitir poderes a outrem para executar determinadas tarefas sob nossa responsabilidade. Há toda uma metodologia para que isso se processe com eficácia, mas não é esse o meu foco no momento.

A ação de delegar indica que não estamos sozinhos no planeta Terra. Que não somos indivíduos cujas habilidades nos são exclusivas. Partilhar nossas tarefas e atribuições com outras pessoas, através da delegação, ajuda a nos libertarmos de uma postura individualista e exclusivista, cumprindo o que a Bíblia diz que devemos "carregar as cargas uns dos outros". É mergulhar no duplo entendimento de que precisamos das outras pessoas (e elas de nós) e de que não somos insubstituíveis.

Há pouco menos de dois meses, um amigo próximo acordou cedo, foi à rua, cumprimentou algumas pessoas conhecidas e passou o dia em suas atividades de rotina. À noite, já em casa, conversou com sua esposa na sala e, em seguida, se dirigiu ao quarto para assistir TV. Ao sentar na cadeira, foi vítima de um enfarto fulminante que o levou ao seu fatídico e último suspiro. Sim, deixou saudades! Mas o que destaco com esse episódio é que muitas das tarefas exercidas por ele não deixaram de ser executadas após o seu óbito. Alguém assumiu o seu lugar!

Afirmo que haverá sempre alguém, em algum lugar, capaz de assimilar as nossas competências e a desenvolvê-las até melhor do que nós. A delegação é um dos instrumentos que nos ajuda a provar isso! O que falta em muitos é a coragem para delegar. São tomados, às vezes, por sentimentos de insegurança, manifestando um profundo medo de perder status, grau de importância ou o próprio emprego. Por isso, optam em fazer tudo sozinhos. E morrer silenciosa e prematuramente! Pelo esforço, tentam provar não sei o quê a elas mesmas, talvez por desconhecerem que o valor da pessoa humana se estrutura no que somos e não no que fazemos.

Estimulo-o, portanto, a delegar algumas ou muitas das suas tarefas diárias. Confie nas pessoas e invista nelas, capacitando-as com esmero. Imprima amor e um caráter irrepreensível em tudo o que faz. Forme novos e bons líderes, capazes de fazer o mesmo com seus liderados.

Você vai perceber que os resultados do seu trabalho irão se multiplicar. Sua credibilidade aumentará sem medidas. Você será reconhecido como um verdadeiro líder a ser imitado. Você conquistará muito mais amigos e admiradores. Terá mais tempo para si mesmo e para a família. E ainda: viverá bem melhor, se assim Deus o permitir!

Fonte: Administradores

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