Design acessível para os pequenos

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O tema design conquista gradativamente o seu espaço entre os meios empresariais brasileiros, seguindo uma tendência mundial que pode ser conferida principalmente em países ricos como Japão, além de muitos outros europeus. Talvez por isso a sua conotação tenha sido por muito tempo traduzida como luxo, dificultando uma visão mais ampla de seus benefícios.

Vale lembrar que o design abrange a concepção de produtos visando a otimização dos processos produtivos e da utilização da matéria-prima, da forma de manuseio e da sua apresentação visual, cabendo ainda mais recentemente, desenvolver a forma de desmontagem do produto, pensando em seu reaproveitamento ou destinação final. Ou seja, não se trata de luxo. Podemos dizer sim que congrega características estratégicas para o desenvolvimento e para o crescimento.

O amadurecimento da aplicação do design requer, contudo, um processo cuidadoso de formação e informação. Felizmente os primeiros passos já puderam ser computados no Brasil, onde o MEC reconheceu cursos de graduação e pós-graduação, multiplicam-se as empresas especializadas e atuantes na área, e por fim, o design também ganhou espaço no Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, por meio do PBD – Programa Brasileiro de Design, que promoverá em novembro deste ano a primeira Bienal de Design do Brasil, de grandiosas proporções.

Na indústria de embalagem o processo de fomento ao design não tem sido menor. Na ABRE – Associação Brasileira de Embalagem, entidade que congrega as indústrias do setor, o tema virou pauta criando um Comitê de Trabalho que congrega na entidade mais de 40 empresas atuantes na área. Para a indústria de embalagem e seus clientes fabricantes de bens de consumo, a aplicação do design é fundamental uma vez que a embalagem é um bem tecnológico, de serviço, comunicação e segurança. Ou seja, cabe ao design congregar a otimização das matérias-primas, a funcionalidade necessária para se adequar aos equipamentos de envase de produtos, facilitar a logística de armazenamento, distribuição e comercialização, vender o produto no PDV e garantir a sua integridade quando alcançar as mãos do consumidor.

Fica claro que os países mais desenvolvidos já perceberam que fatores estratégicos como estes estão diretamente ligados ao desenvolvimento de suas indústrias de pequeno à grande porte, impulsionando, conseqüentemente, o crescimento de sua economia.

Visando fomentar e ampliar o seu emprego no Brasil, a ABRE firmou com o SEBRAE Nacional parceria para subsidiar o investimento em design de embalagem para empresas de micro e pequeno porte. Com esta parceria, que cobre até 70% do valor do projeto, pequenos produtores ganharão competitividade e condições para brigar com as marcas mais tradicionais do mercado.

O amadurecimento do design no Brasil está tornando visíveis os seus benefícios estratégicos. E este novo enfoque na gestão de negócios irá conferir competitividade aos nossos pequenos produtores.

Fonte: Luciana Pellegrino – Diretora Executiva da ABRE – Associação Brasileira de Embalagem

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