Dimensão tecnológica:
Diante do processo acelerado das mudanças no ambiente do mundo dos negócios, a nível global, provocado principalmente pela revolução tecnológica, as empresas estão em permanente e frenética corrida para se manterem ativas no mercado. No Brasil, obviamente, não é diferente, apesar de estarmos um pouco defasados em alguns setores empresariais. Em nosso país a má distribuição de renda e o desemprego, estão intrinsecamente ligados à implantação da tecnologia da informação nas organizações.
A falta de investimentos na educação, em função da escassez de recursos ou falta de prioridade por parte do Estado, a qualificação da mão-de-obra não tem acompanhado o desenvolvimento tecnológico, provocando, com isso, o chamado desemprego digital. A composição do quadro de pessoal está baseada em novos parâmetros, com colaboradores mais generalistas, com conhecimentos multidisciplinares e que, acima de tudo, saibam trabalhar em equipe. As organizações exigindo mais qualificação acabam fechando portas para uma grande parcela de trabalhadores, em contrapartida surgem novos negócios em rápida expansão, como as empresas de TI – Tecnologia da Informação, que requerem do novo profissional competência, habilidades e atitudes (CHA) específicas, para que possam acompanhar a evolução tecnológica. Em função dessas grandes mudanças que aconteceram e que continuam em constante transformação, os novos talentos devem ter um perfil para atuarem num ambiente organizacional de cultura: “multi-tasking” onde se responsabilizam por tarefas outras além das previstas no cargo; de melhora contínua, adotadas pelas organizações de projetos “kaizen”, pressionando-os para o desenvolvimento constante dos conhecimentos e dos processos de trabalho e num ambiente de exigência “multi-skilling”, com visão holística e domínio, além do técnico, do conjunto do processo produtivo global.
Por outro lado, os impactos na dimensão tecnológica das organizações representam um fator determinante no processo de reestruturar uma empresa, no que fundamentalmente resulta, entre outras coisas, a melhoria na gestão, aumento da produtividade, facilidade de inovação de novos produtos e serviços, acesso a novos mercados, perda de importância das estruturas de hierarquia intermediária e desvalorização dos fatores tradicionais de concorrência.
Dimensão humana das empresas:
Vivemos um momento em que estamos experimentando as mudanças mais intensas de toda a nossa história, inovações tecnológicas a cada dia, volume de informações nunca vista antes, o comércio eletrônico, a logística, o fim das fronteiras comerciais e a efervescência chamada globalização. As empresas estão no meio de um processo complexo e turbulento de mudanças. Buscando uma competitividade mundial, mesmo atuando num mercado local. A demanda está cada vez mais exigente e perdendo a fidelidade. A instabilidade e a incerteza requerem desafios cada vez maiores. Portanto, nesse novo ambiente, impõe-se uma revisão da gestão empresarial, considerando como o capital mais valioso, a dimensão humana, sendo decisiva para a sobrevivência.
As empresas são pessoas que interagem com a finalidade de atingir objetivos comuns. O processo de mudanças que vem ocorrendo, de forma muito acelerada, tem causado grandes alterações na demanda do mercado, exigindo uma constante transformação das características de trabalho. As empresas operam num ambiente extremamente dinâmico e imprevisível, decisões são tomadas com maior rapidez e maior risco. Todavia, esse cenário estabelece, também, maiores oportunidades.
Para concorrerem aos desafios atuais as empresas tendem a crescer de tamanho, buscando concentrar ou expandir seu foco de atuação, através de fusões, aquisições, parcerias ou alianças estratégicas, no sentido de aumentar sua competitividade ou apenas se manterem competitivas, num mercado globalizado que muda muito rapidamente. Investem pesadamente na tecnologia e na competência, priorizando a melhora dos processos, a rapidez, a eficiência, a eficácia e a qualidade, com o menor custo, ganho de produtividade e diminuindo margens de lucratividade. Estão permanentemente buscando inovar para atender uma demanda exigente e tentar sair na frente da concorrência, é por isso que o ciclo de vida dos produtos é cada vez menor. Um bom exemplo é o caso do setor automobilístico.
Há uma clara diminuição da importância do capital físico da empresa, em contrapartida um aumento da importância do capital humano. As bruscas mudanças no ambiente obrigam as empresas a se reestruturarem e levar a cabo novas ferramentas de gestão, como por exemplo, redução de níveis hierárquicos. Face a essa nova realidade, as relações de trabalho têm se alterado, afetando diretamente os trabalhadores, que têm que lidar com uma enlouquecedora avalanche de informações, com grande agilidade e agudeza de espírito, para separar o joio do trigo, demandando novos perfiz profissionais, fator diferencial de competição.
Em síntese, o impacto na dimensão humana, está apenas começando a ser sentido, sendo cada vez mais necessário uma maior valorização desse capital dentro das organizações com um contínuo aprimoramento da performance dos profissionais.
Dimensão organizacional da empresas:
O mundo não é mais o mesmo que há minutos atrás. É incrível e perceptível como estamos em constante movimento e conseqüentemente mudança. Isto pode ser visto em detalhes do nosso cotidiano, como, por exemplo, há algum tempo era criado o disco de vinil (o saudoso LP), tempos depois foi criado o CD, que conquistou o mercado de forma rápida e espantosa, hoje o CD virou coisa do passado e o LP material de colecionador. Os hits do momento é o MP3, o MP4 e o Ipod. E em pouquíssimo tempo a realidade será outra.
Portanto, é fato, as empresas em nenhuma outra época estiveram sujeitas a um ritmo tão intenso de mudanças do ambiente externo, obrigando-as a implementação de novos processos e mudanças das estruturas organizacionais. Para fazer frente aos novos desafios, devem ser capazes de dar respostas rápidas a essas transformações que frequentemente desestabilizam os negócios. Devem quebrar velhos paradigmas e buscar novas abordagens daquilo que as pessoas envolvidas consideram como forma tradicional de realizar um trabalho.“Mudança organizacional é a resposta da organização às transformações que vigoram no ambiente, com o intuito de manter a congruência entre os componentes organizacionais (trabalho, pessoas, arranjos/estrutura e cultura).” – Nadler, Shaw, Walton e Cols. (1995).
Fatores diversos podem ser causadores de mudanças organizacionais, tais como: novas tecnologias, forças do mercado, recessão, concorrência/clientes, crises e tendências macro-econômicas, mudanças na regulamentação, mudanças no ambiente de negócios, etc. A mudança organizacional causa diferentes tipos de reações nas pessoas, desde o apoio imediato até a resistência completa, dentre elas: medo de não se adaptar ao novo, ameaça de seu cargo/função ser extinto ou ser substituído por uma pessoa mais apta ao novo processo, aflição de que a mudança possa alterar o poder e a hierarquia organizacional e ceticismo quanto a nova forma de encarar o seu trabalho. Visto que, múltiplas variáveis afetam o comportamento dos membros da organização, cabe ao gestor de pessoas a tarefa árdua de minimizar os efeitos do estresse e recompor a equipe dentro dos novos rumos.
O cliente se torna cada vez mais exigente. Num mundo onde a concorrência se torna cada vez mais acirrada, devido à quantidade de opções que possui o consumidor . E isso faz com que o mercado se torne cada vez mais competitivo, exigindo profissionais cada vez mais competentes e qualificados, que consigam acompanhar essas mudanças e principalmente, mudar juntamente com sua empresa e seu cliente.
Cada empresa possui sua identidade, sua forma de trabalhar, o que é chamado de cultura organizacional, que está presente principalmente na forma como as pessoas envolvidas da organização agem. Sua manifestação ocorre de forma involuntária, é percebida explicitamente nas atitudes dos integrantes dessa organização. É disseminada através das relações interpessoais. Porém, não é uma receita a ser lida, aprendida e praticada pelos colaboradores. Suas normas são estabelecidas repercutindo os valores importantes para a organização. E para ser aceita, deve ser criada de acordo com a necessidade da empresa, o que é muito subjetiva. Participantes com maior sensibilidade, competência e habilidade nos relacionamentos interpessoais conseguem maior êxito.
Estratégias para motivar as pessoas a lidarem com os desafios provocados pelos impactos das mudanças no ambiente de trabalho:
O mercado está em constante movimento e os negócios estão cada vez mais complexos. As empresas atuam nesse cenário competitivo e dinâmico. Nesse ambiente, a motivação dos indivíduos é crucial no contexto empresarial, notadamente da área da Gestão Estratégica de Pessoas. Não é tarefa fácil instrumentalizar ações de melhorias do capital humano, se não tiver um alinhamento estratégico.
Um dos primeiros passos para estimular a motivação na equipe como um todo, é oferecer condições para que cada membro possa acompanhar essas mudanças. Treinamentos, cursos de reciclagem e especialização, são alguns exemplos. Por isso que é tão importante à empresa viabilizar todo o apoio possível aos seus colaboradores. Uma equipe que domina o que faz, consegue com maior facilidade, fazer bem feito. E isto automaticamente irá gerar o reconhecimento por parte da empresa e refletirá na motivação da equipe. E um funcionário que se sente reconhecido, trabalha com mais dedicação. A difusão da informação é outro aspecto extremamente importante para que os membros da equipe entendam qual é sua parcela de contribuição no resultado global da empresa e isso resulte em esforço, cooperação e comprometimento.
Para se adequarem aos novos padrões é necessária uma constante mudança de estratégia e aceleração da aprendizagem, o que implica em mudanças de pensamentos e novas atitudes na Gestão de Pessoas, tais como: estimular a convergência dos valores culturais das pessoas com os da empresa; pessoas devem ser tratadas como tal, são elas que movimentam os negócios; gestão de pessoas descentralizadas, porém com visão sistêmica; processo de aprendizagem contínuo, profissionais motivados a apreender; gestão compartilhada, estímulo a assumir riscos; maior disponibilidade de informações, promovendo uma participação maior dos integrantes e comprometimento de todos; e ambiente de trabalho saudável, alegre e estimulante.
Uma visão holística da empresa, equipe e ambiente é imprescindível para: enriquecer a tomada de decisões, minimizando o impacto das mudanças; encontrar caminhos para as demandas do pessoal, gerando com isso condições motivacionais favoráveis.
Fonte: Administradores