Newton X Darwin nas Empresas

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Esse post é mais um que tem o objetivo de compartilhar as impressões e as tendências que, do meu ponto de vista, terão grande influência no mundo empresarial. Esse post especificamente vamos falar da mudança de um modelo baseado na fisica clássica Newtoneana para um modelo mais próximo da Teoria de Darwin.

Do meu ponto de vista, o mundo que vivemos atualmente é caracterizado pela velocidade da mudança e, consequentemente, pelo aumento da complexidade de sistemas e relações. Tal cenário vai contra as premissas sobre as quais a maioria das organizações cresceram. As empresas, principalmente as mais antigas, cresceram sobre a ótica da física de Newton que estabelecia uma exata correspondência entre causa e efeito e de que havia a certeza que até mesmo as mais complicadas situações poderiam ser resolvidas por meio de interações de algumas poucas leis e, dessa forma, prevendo o comportamento dos mais complexos sistemas ao longo do tempo.

No entanto, ao longo do tempo, a física clássica de Newton mostrou-se inadequada em diversas situações e vem sendo gradativamente substituída pela visão de que mesmo mudanças diminutas podem acarretar desvios radicais no comportamento de sistemas. Na verdade, chegou-se a conclusão que, ao contrário da filosofia de Newton, os sistemas tendem, espontânea e irreversivelmente, a um estado de desordem, ou de entropia crescente.

As premissas da física Newtoniana funcionaram muito bem enquanto as empresas controlavam o poder na economia, pois, dessa forma, era possível controlar a incerteza com o estabelecimento de diversos modelos e metodologias padrões, o que acabou por reforçar que as empresas eram sistemas fechados, ou seja, não eram impactados por mudanças externas ao seu sistema.

Sob essa visão, as mudanças são previsíveis – e podem ser antecipadas, pelo menos no horizonte de implementação dos planos. As decisões tomadas são comunicadas – e executadas fielmente ao longo da cadeia de comando. A consequência disso é que esse modelo mental foi reproduzido no tratamento às pessoas, tanto do ponto de vista delas como consumidores como também como trabalhadores.

Ocorre que a Internet, grande vetor da velocidade da mudança nos tempos atuais, é um sistema complexo e aberto formado por redes de agentes individuais que interagem para criar um comportamento autogerenciado, mas extremamente organizado e cooperativo. A Internet, cuja premissa básica é seu caráter público, possibilita a esses agentes individuais feedback do ambiente e, em função dele, ajustar seu comportamento, aprendendo com a experiência e retornam o aprendizado na estrutura desse mesmo sistema.

A convergência da tecnologia da informação e de telecomunicações, as contínuas reduções de custo (por exemplo, o preço do transporte de 1 trilhão de bits caiu de 150 000 dólares em 1970 para 12 centavos de dólar em 1999 — 38% ao ano) alteraram fundamentalmente o funcionamento de todas as redes humanas e tecnológicas. O resultado disso é que, assim como no passado o poder migrou dos governos para as empresas, essa convergência, potencializada pela Internet, fez com que o poder migrasse das empresas para as pessoas. Se entendermos que as pessoas não possuem comportamentos padrões entre elas, a tônica que move o funcionamento da economia é o da incerteza e da instabilidade.

Para sobreviver em um ambiente de incerteza e instabilidade, as empresas precisarão aprender a ser capazes de se adaptar e de inovar, ou seja, de se auto-organizar tornando-se em síntese sistemas complexos adaptáveis, redes humanas e tecnológicas. Nesse sentido, terão que substituir as premisas da fisica clássica Newtooniana pela teoria evolutiva de Darwin. Darwin falava da união do homem em redes para cooperar e garantir sua sobrevivência.

Como o ambiente é incerto, pois eles são conduzidos pelas pessoas em rede, o processo de desenvolvimento de produtos e serviços será conduzido de forma a acompanhar a evolução e mudança do comportamento das pessoas(consumidores).

Dessa forma, a tendência é que esse processo seja guiado por uma perspectiva βeta, ou seja, os produtos e serviços serão lançados não completamente prontos, mas funcionando e em contínuo aperfeiçoamento. A esse processo será inserido o aspecto da experimentação, como um processo de aprendizado com a experiência de uso das pessoas e retornando o aprendizado à estrutura desse mesmo processo.

Abordagens adaptativas, por sua vez, focam o rápido ajuste às mudanças da realidade. A ideia é aprender como as pessoas usam os produtos e serviços de fato. O segredo para a sobrevivência das empresas será “deixar-se evoluir”, procurando tornar-se mais aberta as mudanças da sociedade. Devem buscar experimentar novas estratégias (algo como provocar mudanças) para ver o que funciona e o que não e qual é mais eficiente em determinadas circunstâncias. Se pensarmos nas empresas como organismos abertos ao meio, criaríamos organizações cada vez mais ágeis e mais adaptáveis às mudanças.

Fonte: Hsm.com

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