Um brinde ao social

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Mercado de brindes e empresas colaboram na responsabilidade com a sociedade brasileira, e podem fazer ainda mais

Na transformação política e econômica dos últimos 20 anos, que caracterizou o boom da globalização e sugeriu um novo perfil às organizações, o diálogo destas com a sociedade se intensificou. Para o bem de todos. As empresas descobriram um parâmetro gerencial na cooperação com os públicos de interesse, e deram fôlego ao conceito de responsabilidade social e ambiental. A maioria das corporações hoje em dia institui compromisso com organizações sociais sem fins lucrativos, e cria projetos de solução para problemas coletivos em parceria com instituições públicas. Isso tudo porque a sociedade percebeu que cada um tem seu papel, e deve colaborar para a construção de uma realidade mais justa. O mercado de brindes também participa desta ação coletiva.

Gislene Mastro Antônio, diretora da Mat Brindes, lembra que o mercado cumpre sua responsabilidade social quando a produção de brindes, principalmente o ecológico, conta com a participação de pessoas de comunidades carentes. “Estes trabalhos geram renda, levam à profissionalização e ajudam para fortalecer o desenvolvimento de sentimentos e condutas de cidadania”, afirma. Segundo ela, o mercado de brindes pode fazer ainda mais para desenvolver uma responsabilidade para com a sociedade, talvez uma campanha maior para o consumo de produtos feitos com matéria-prima interna e fabricados no Brasil, porque, assim, aumentaria as oportunidades de trabalho. A Mat Brindes colabora com essa ação coletiva pelo social oferecendo sacolas retornáveis de poliester 100% recicladas de garrafas pet, produzidas envolvendo todo um ciclo de coleta (realizada por catadores), transformação das garrafas em tecido, até a produção das costureiras de bairros periféricos da grande São Paulo; tudo pensando na preservação do meio ambiente.

Para Lizete Prata, diretora executiva da Associação Mundaréu, esses brindes colaboram para fortalecer a imagem das empresas que a adquirem, sim, mas – do ponto de vista social, não estaria agregando benefícios às populações excluídas, que na maioria das vezes produzem esses artefatos. Segundo ela, há uma certa confusão sobre o que seria um brinde ecológico, por exemplo. Pois o verdadeiro estaria relacionado a processos sustentáveis que envolvem toda cadeia produtiva e não apenas a produção com matéria prima de descarte ou de componentes naturais. Ou seja, deveria se diferenciar o brinde verdadeiramente ecológico do produzido em processos industriais. Estes últimos são ecológicos, mas não contribuem para acabar com a miséria. Assim, para ampliar o aspecto social, o consumidor corporativo ou individual deveria adquirir produtos das comunidades populares, contribuindo para a geração de renda e respeito à cultura. “Ao cuidar da natureza, toda a comunidade seria beneficiada”, completa.

Segundo Germana Crosta, da Unibes, ONGs que produzem brindes ecológicos enfrentam cada vez mais dificuldades para se manterem no mercado disputado destes ‘presentes’. Os chamados produtos ecológicos ainda tem um valor superior a outros brindes, e isto dificulta sustentar o processo de produção interna. “Produto reciclado é mais caro, papel reciclado é mais caro, então competir é impossível”, avalia, revelando que a Unibes – desde o final de 2010, desacelera a produção de brindes ecológicos devido a esta realidade. Para ela, o que poderá salvar as ONGs no Brasil será a conscientização dos empresários de cada vez mais adquirirem esses produtos.

Fica claro pelas palavras das entrevistadas que o mercado colabora com a responsabilidade para com a coletividade, mas ainda há muito a fazer. Por isso, está na hora de arregaçar as mangas e ajudar o Brasil a seguir em frente.

Por Vinícius Miguel Costa – Grupo Bríndice

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