Informações transformadas em conhecimento valem ouro

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Publicadas num site ou compartilhadas em redes sociais são lados diferentes da mesma moeda

Num artigo publicado em 1996, intitulado “Content is king”, Bill Gates expôs sua opinião a respeito do futuro dos negócios na web: “O conteúdo é como imagino que boa parte do dinheiro de verdade será ganho na internet”, disse. Essas palavras tornaram-se realidade e hoje dizem respeito ao que chamamos de marketing de conteúdo. Quem faz essa citação é Claudio Torres em seu livro “A bíblia do marketing digital” e completa: “O conteúdo de um site passou a ser mais importante do que o endereço (URL) ou propaganda que se faz dele. Hoje, os consumidores buscam conteúdo, não sites”.

Em matéria publicada na Revista Wide “Entre site e rede social, escolha os dois”, Bruno Rodrigues define dois conceitos importantes para o entendimento de estratégias de marketing de conteúdo: a diferença entre as formas pelas quais a informação é distribuída, estruturada e disponibilizada nos sites e nas redes sociais. Segundo o especialista em comunicação e informação para a mídia digital, site é lugar de informação fixa e estruturada e rede social é lugar de informação flutuante e não estruturada.

Segundo Rodrigues, no meio digital, o conteúdo apresenta duas questões: perceber quais informações são transitórias e quais são perenes. “Se o usuário busca informação sobre um produto ou serviço é mais provável que vá encontrá-la num ambiente onde a informação esteja distribuída de forma fixa e estruturada. Portanto, num site. O visitante percebe, intuitivamente, por meio da lógica de uma boa arquitetura, onde está a informação e é estimulado ao retorno. Nas redes sociais, a informação é consumida instantaneamente pelo usuário e atinge seu objetivo primeiro: servir como instrumento de construção de relacionamento”, esclarece o especialista.

Informações publicadas num site ou numa rede social revelam os dois lados de uma mesma moeda. São ambientes de informação que possuem objetivos diferentes. O primeiro pretende criar um ambiente de esclarecimento; o segundo, de relacionamento. Em ambos, a matéria-prima é a informação. Depois dessa explicação, Rodrigues recomenda: “Quando for criar uma estratégia de presença digital, não pense em site ou rede; trabalhe com os dois”.

A partir desses conceitos, o Guia Bríndice entrevistou Bruno Rodrigues para que ele optasse a respeito das ações promocionais divulgadas nos hotsites construídos exclusivamente para divulgarem as campanhas. Indagado a respeito desses endereços eletrônicos que disponibilizam informações e, ao mesmo tempo, criam ações de relacionamento nas redes, o consultor comentou: “Os hotsites continuam sendo ambientes onde a informação trabalhada é extremamente persuasiva e o relacionamento, provocado. Contudo, boa parte do relacionamento acontece fora do ambiente do hotsite, em redes ou microblogs. E não há problema nisso. Os hotsites funcionam hoje como ‘plataformas de lançamento’ onde os usuários consomem informações para depois se relacionarem em outros ambientes”.

Bruno Rodrigues desenvolve um trabalho pioneiro sobre webwriting na América Latina. Ele escreveu a primeira coluna do mundo sobre o assunto e o livro “Webwriting – Pensando o texto para a mídia digital” (2000) foi o primeiro em língua portuguesa e o terceiro do mundo sobre o tema. Essas publicações, entre outros conceitos, destacam o modelo de gestão de conteúdo que classifica a informação por camadas. De acordo com a “metáfora da cebola”, Rodrigues chama a atenção para a distribuição da informação em camadas. “Ela é a base do conteúdo on-line. Contudo, é importante ter noção de que quanto mais profunda é a camada onde está a informação, maior é o risco dela não ser encontrada pelo usuário. Por isso, é importante criar poucas camadas em um site”, ressalta.

A respeito do modelo de gestão de conteúdo criado por Rodrigues, o Guia Bríndice indagou o profissional a fim de saber se a mesma classificação se aplica aos hotsites promocionais, ao que ele respondeu: “Os hotsites têm poucas camadas de informação; como eles são voltados para o lançamento de eventos ou produtos, as mensagens não justificam ambientes complexos. No máximo, hotsites possuem três camadas”.

Bruno Rodrigues também publicou a “Cartilha de Redação Web” para o Governo Federal. Num dos capítulos da cartilha, o especialista trata dos aspectos da informação além da palavra, que incluem imagem, áudio e vídeo. Considerando que os hotsites utilizam muitos recursos visuais, o Guia Bríndice questionou o especialista sobre como imagens, áudios e vídeos podem colaborar com o conteúdo de uma ação promocional. E a resposta não poderia ter sido mais surpreendente: “Outros formatos de informação como imagem, áudio, vídeo e animação (como Flash) são essenciais como parte do conteúdo de um hotsite, muitas vezes mais que o texto”.

Para finalizar a entrevista, a linguagem utilizada para comunicar ações promocionais foi o tema da pergunta. Afinal, redatores publicitários experientes dominam o discurso publicitário. Porém, características como persuasão, objetividade e relevância ganham outros sentidos quando se trata de produção de textos para a web. Essas características também valem para a redação de textos promocionais que pretendem divulgar campanhas na web? “Sim, os princípios do webwriting não variam, devem ser seguidos em textos de todos os estilos, seja institucional, comercial, de entretenimento ou noticioso”, completa. Os conceitos definidos por Rodrigues deixaram a certeza de que informações transformadas em conhecimento valem ouro.

Por Elisabeth Guimarães – Grupo Bríndice

Bruno Rodrigues, Consultor de Informação e Comunicação Digital, autor dos livros “Webwriting – Pensando o texto para a mídia digital” e “Padrões Brasil e-Gov: Cartilha de Redação Web – padrão brasileiro de redação on-line”.

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