Apaixonados por socialização, interação e compartilhamento de informações

Dos 80 milhões de internautas brasileiros, 79% deles estão nas redes sociais (*)

Muitos profissionais da área de comunicação estão se manifestando na mídia a respeito do uso equivocado das redes sociais pelas empresas. O argumento desses profissionais reside no fato de que a maioria das pessoas está nas redes para encontrarem outras pessoas, não para encontrarem marcas. E as marcas não estão se relacionando com seus clientes adequadamente. Claro que esse grande número de clientes potenciais é importante para qualquer empresa. São mais de 63 milhões de brasileiros presentes nas redes sociais que em sua grande maioria quer se relacionar com outras pessoas, interagir e compartilhar informações.

A DM9DDB desenvolveu estudo inédito que apresenta uma nova classificação do consumidor em ambiente digital. O estudo, intitulado Perfis Digigráficos, conclui que as mudanças trazidas pelas inovações digitais pouco ou nada tem a ver com sexo, idade ou classe social, mas sim com três novos critérios: 1. Quanto e como as pessoas utilizam os recursos e equipamentos de tecnologia. 2. Quais são as intenções que elas têm ao consumir os diversos produtos digitais. 3. E, principalmente, quanto os recursos digitais servem para moldar a própria identidade. Com base nestes novos critérios, a DM9DDB adotou cinco perfis de consumidores digitais:

Imersos: tiveram parte de sua identidade definida a partir da tecnologia. Com ela, conseguiram “se encontrar”, definir melhor seus interesses e estabelecer melhores vínculos com o mundo. Personalidade e identidade foram definidas pela era digital, que lhes permitiu dar vida a mais personas.

Ferramentados: recorrem à tecnologia para agilizar as tarefas, mas não a idolatram. A tecnologia os ajuda nas tarefas cotidianas, facilita suas vidas. Mas não dependem dela nem são definidos por ela. Esse grupo é um exemplo de como as pessoas redefiniram a maneira de se relacionar com família, escolas, empresas e governo.

Fascinados: querem parecer modernos e tecnológicos. Para eles, computadores, gadgets e hábitos da era digital são ícones da modernidade – e consumir essas novidades os ajuda a atestar que são antenados. Eles são um excelente exemplo de como o relacionamento com os outros foi bastante modificado.

Emparelhados: a tecnologia é fundamental para pôr em prática os projetos da vida. Eles enxergam a tecnologia como a grande companheira para fazer o dia a dia acontecer. Sem ela, a vida fica extremamente complicada. Para este grupo, as máquinas são como uma extensão do corpo, potencializando suas capacidades humanas.

Evoluídos: o universo das máquinas e da tecnologia é seu habitat. São crianças e adolescentes que já nasceram adaptados e estão crescendo no mundo digital. Não conheceram o mundo pré-digital.

Para Cynthia Horowicz, VP de planejamento da DM9DDB, “o estudo é uma colaboração para as marcas, e será uma grande contribuição para que sofistiquem o entendimento do consumidor na era digital”. Rodrigo Maroni, diretor de planejamento e estratégia digital da agência, completa: “Essa nova classificação dos consumidores nos permite aumentar a eficiência das ações digitais, pois nos orienta a gerar ideias mais relevantes para cada público”.

Os brasileiros passam três vezes mais tempo navegando na internet do que assistindo à televisão e trocam informações sobre produtos e marcas antes de decidir qualquer compra. Portanto, cada vez mais a opinião e o relacionamento com pessoas que podem ser consumidores potenciais de uma marca é essencial. Criar uma imagem de marca que seja sustentável na prática é fundamental para a sobrevivência das empresas nas redes sociais. A marca deve aprender como encantar, conversar, interagir e oferecer informação relevante para cada uma dessas pessoas. Sejam elas imersas, ferramentadas, fascinadas, emparelhadas ou evoluídas.

Por Elisabeth Guimarães – Grupo Bríndice

Fontes:
Ibope Nielsen Online (*)
O número total de pessoas com acesso à internet em qualquer ambiente (domicílios, trabalho, escolas, lan houses ou outros locais) atingiu 79,9 milhões no quarto trimestre de 2011, segundo o IBOPE Nielsen Online. O crescimento foi de 2% sobre o trimestre anterior, de 8% sobre o mesmo período de 2010 e de 19% em relação a 2009. Os ambientes casa e trabalho foram os principais responsáveis pela expansão do total de internautas no Brasil em 2011.
DM9DDB

Bancos sustentáveis e as práticas mercadologicamente corretas

Ações de relacionamento com o cliente, a concorrência e a sociedade fazem parte da estratégia de negócios das instituições bancárias

Relacionamentos são construídos por meio de uma série de interações que acontecem entre empresas e diferentes públicos. Estratégias que possibilitam às empresas uma capacidade maior de resposta aos desejos e necessidades desses públicos; de desenvolver ações adequadas a eles; de mensurar o potencial de consumo de produtos, serviços e retorno de imagem de marca. Ações sustentáveis desenvolvidas por bancos são estratégias de marketing de relacionamento que reafirmam os princípios das práticas econômicas, que beneficiam não apenas os clientes das instituições, mas o desenvolvimento de cidades, estados ou até países inteiros. O relacionamento com a concorrência e o poder público também faz parte dessas estratégias.

Um exemplo brasileiro de concretização dessas ações foi premiado pelo jornal britânico Financial Times, que entregou ao banco Itaú Unibanco o prêmio “2011 FT/IFC Sustainable Finance Awards”. Eleito o Banco Mais Sustentável do Mundo, o Itaú Unibanco é a primeira empresa brasileira a vencer a principal categoria do prêmio. O objetivo do reconhecimento é destacar as instituições financeiras que criam compromisso e valores capazes de favorecer o desenvolvimento sustentável. Considerando que a principal atividade do marketing é estabelecer uma relação de troca entre a empresa e os seus diferentes públicos, o relacionamento entre bancos e clientes é importante, pois será consolidado no principal valor para o negócio. Por isso, o Financial Times destacou os esforços do banco Itaú Unibanco em tornar a sustentabilidade parte central da estratégia de negócios da instituição.

No início de 2012, o banco ocupou a liderança isolada da pesquisa Lembrança de Marcas na Propaganda de TV, realizada pelo Datafolha e publicada com exclusividade pelo Meio&Mensagem. O comercial estrelado por um bebê que ri, enquanto um adulto rasga uma folha de papel faz parte da campanha “Itaú sem papel”, que incentiva clientes do banco a substituir extratos bancários enviados por correio pela versão digital. Um em cada cinco paulistanos apontou o filme como preferido e mais lembrado no mês de janeiro.

Esse é o retrato de uma ação do banco Itaú Unibanco com foco em sustentabilidade num patamar diferente de outras ações já desenvolvidas. De espectro mais amplo, a ação convida os clientes a colaborarem para uma sociedade mais equilibrada, beneficiando toda população sem distinção. Sem dúvida, é uma estratégia para agregar valor à imagem de marca da instituição junto aos atuais clientes e conquistar atenção e simpatia de clientes em potencial.

No dia 20 de março deste ano, a maioria dos jornais paulistanos publicou a notícia sobre o sistema de empréstimo de bicicletas que será instalado em São Paulo. Outra ação sustentável aliada às campanhas de relacionamento promovidas por bancos. O Bradesco e o Itaú vão dividir os investimentos e prometem colocar pelo menos 3,3 mil bicicletas nas ruas da capital distribuídas em 300 estações. O investimento total nos próximos três anos deve atingir a casa dos R$ 7 milhões. Essa ação de relacionamento focada em clientes de instituições concorrentes aponta para a importância da competição como um ingrediente central para a melhoria da oferta de serviços, sendo o cliente o principal beneficiado e “alimentador” da concorrência. Sem falar que cidadãos são formadores de opinião e o poder público interfere nas atividades comerciais das empresas. Assim, por meio de diferentes ações sustentáveis, instituições financeiras desenvolvem campanhas de marketing de relacionamento e conquistam resultados como a medição do potencial de consumo de diferentes públicos, agregam valor à imagem de marca e conquistam novos clientes.

Por Elisabeth Guimarães – Grupo Bríndice

Fontes:
Zenone, Luiz Claudio – Marketing de relacionamento:
tecnologia, processos e pessoas – São Paulo: Atlas, 2010
Instituto Ethos
Meio e Mensagem
Jornal O Estado de São Paulo

Brindes para as donas de suas próprias vidas

No Brasil, as mulheres já representam a metade do número de pessoas empreendedoras

Elas já não são mais donas de casa. São donas de suas próprias vidas. Em 2001, as mulheres ocupavam a marca dos 29% dos empreendedores brasileiros, de acordo com a Global Entrepreneurship Monitor (GEM), pesquisa que mapeia a atividade empreendedora em mais de 60 países. De 2007 para cá, mais de 10 milhões de mulheres abriram seus próprios negócios e, em 2010, passaram a representar quase a metade dos empreendedores do mercado nacional (49,3%). Do universo entrevistado pelo instituto, em 2011, 58% das mulheres alegaram ter aberto um negócio porque perceberam uma oportunidade de mercado, não necessariamente porque desejavam ter uma fonte de renda própria. Em 2011, abraçar e investir numa oportunidade de negócio foi o estímulo de 69% das mulheres ouvidas no estudo.

No comandando de suas empresas passaram a chamar atenção de outras instituições como SEBRAE, que por meio de um levantamento aponta para números que confirmam o estudo da GEM. De cada 100 empreendedores individuais, 45% são mulheres. De acordo com a consultoria Rizzo Franchise, cerca de 61 mil delas estão à frente de alguma franquia que fatura até 32% a mais do que as lojas gerenciadas por homens. Segundo, a economista e pesquisadora Gina Paladino, que acompanhou o estudo GEM 2012, as mulheres estão planejando melhor e procuram compreender o mercado de atuação pretendida.

A partir desses estudos e pesquisas, fica uma indagação importante para o mercado de brindes dirigido para mulheres. Especificamente para mulheres empreendedoras, quais são os brindes que agradariam esse público? Uma pesquisa rápida entre os fornecedores de brindes revela que os mais procurados são os kits femininos, que incluem produtos e acessórios para maquiagem, acessórios para cozinha, velas aromáticas e tantos outros. Todos são válidos, sem dúvida. Mas, estamos falando de mulheres empreendedoras, donas de seus próprios negócios. Quais seriam os brindes mais adequados para esse público?

Segundo Luiz Salvador em entrevista para o Meio & Mensagem: “Uma empresa jamais deve atrelar seu nome a algo que não seja de qualidade, para não estragar sua reputação. Pode até dar uma caneta de R$ 0,40, mas ela precisa escrever, porque a imagem da empresa também está relacionada ao brinde. Claro que quanto mais caro melhor a qualidade e a aparência do brinde. Caro ou barato, o mais importante é que o brinde seja duradouro, porque, assim, o brinde circula por mais tempo, garantindo maior tempo para a fixação de imagem de marca”. O empresário deixa claro, então, que o mais importante é oferecer um brinde que agrade o público-alvo, que tenha qualidade e seja relevante. Tudo para manter a imagem de marca da empresa que oferece e assina a campanha que oferece o brinde.

Portanto, mulheres que conquistaram mais do que independência financeira e que estão em posição de liderança devem ser percebidas como público do mercado de brindes corporativos. Aqueles que além de relevantes estão especialmente de acordo com o perfil dessas consumidoras. O mercado, geralmente, disponibiliza brindes como agendas, canetas de luxo, conjuntos para escritório como brindes dirigidos para homens. Nada mais equivocado. Os números apontam para 50% de mulheres em postos de proprietárias e dirigentes de suas empresas. Campanhas dirigidas para essas mulheres devem ser repensadas e os modelos podem ser superados, a ponto de considerarem que mulheres empreendedoras podem ser presenteadas com brindes relacionados às suas posições profissionais. Afinal, são donas de suas próprias vidas.

Por Elisabeth Guimarães – Grupo Bríndice

Fontes:
Instituto Brasileiro de Qualidade e Produtividade (IBQP)
Rede Mulher Empreendedora
Prêmio SEBRAE Mulher de Negócios
Meio & Mensagem

Canal de comunicação de alta tecnologia com transmissão digital

O Metrô de São Paulo sai na frente e oferece diferentes sugestões de estratégia de mídia

A partir de 2009, a Mídia Digital Out of Home – comunicação dirigida para audiências que se encontram fora de suas casas, mais especificamente em pontos de venda ou em ambientes que exijam algum tipo de espera forçada – passou a chamar a atenção dos anunciantes e foi incluída nos Estudos Marplan/EGM. Com o objetivo de quantificar o número de pessoas expostas à mídia que utilizam monitores de alta tecnologia com transmissão digital, a Ipsos investigou públicos de todas as classes sociais e faixas etárias, a partir de uma pergunta: você viu ou assistiu a algumas destas TVs fora de casa, que transmitem programação própria, nos últimos 30 dias? As perguntas foram estimuladas mediante apresentação de fotos de 12 locais onde a mídia está presente.
Os resultados estão em uma base de dados que inclui todos os veículos e locais ao lado de dados demográficos, hábitos de consumo de produtos, serviços e marcas mais consumidas, traços de estilo de vida, interesses em relação à comunidade, formação familiar e características de trabalho. Essa base de dados fornece uma visão global do consumidor e possibilita análises estratégicas de mídia mais completas para agências e defesas da mídia mais fundamentadas para os veículos.

Os números que chamam mais atenção estão relacionados ao perfil por classificação econômica, critério Brasil, ABEP. Veículos/locais com maior concentração na classe AB apontam para números concentrados nos seguinte locais: aeroportos (79%), cafeterias (74%), bares e restaurantes (62%) e metrô (55%). Desses locais, aponta-se um canal de Mídia Digital Out of Home de maior flexibilidade para a veiculação de campanhas com diferentes objetivos: a TV Minuto do Metrô de São Paulo.

A TV Minuto é um canal que impacta mais de 3 milhões de pessoas, todos os dias, em todos os vagões do metrô da capital paulista. São 5.232 monitores instalados nos 109 trens das linhas espalhadas pela cidade. Pesquisas demonstram que 93% dos passageiros permanecem pelo menos 31 minutos dentro dos vagões. Mais de meia hora assistindo a uma programação variada que inclui notícias nacionais e internacionais, esporte, turismo, ecologia, cinema, horóscopo, indicadores econômicos, tempo e temperatura, trânsito, tecnologia e saúde. Nesse período também recebem mensagens publicitárias e promocionais de diversas marcas.

A Mídia Digital Out of Home do metrô proporciona a seus anunciantes a oportunidade de realizarem ações das mais variadas formas com diferentes objetivos. Assim, é possível utilizar recursos que permitem a construção do processo de convergência, por exemplo, incluindo interatividade, relacionamento com a marca e experimentação do produto anunciado. Um dos cases desse tipo de ação é o da maionese Hellmann’s que sugeria ao passageiro enviar um SMS para receber uma receita de lanche preparada com o produto.

A ativação no ponto de vendas é outro recurso. Essa ação refere-se à segmentação com conteúdo endereçável, que permite ao anunciante eleger as linhas, estações e arredores ativar seus pontos de vendas. A rede de lojas do Magazine Luiza utilizou o recurso para realizar uma ação que convidava o usuário do metrô a participar de uma promoção para ganhar uma TV LCD 42”. Para isso, o passageiro deveria ir até uma loja próxima da Estação Sé do Metrô, indicada no mapa dos arredores da estação.

Outro exemplo de segmentação diz respeito às ações de marketing direto. Isso mesmo. Mídia de massa com poder de segmentação. A TV Minuto consegue segmentar a base de usuários divididos por linha. Assim, o anunciante pode criar campanhas específicas para impactar somente aqueles consumidores de interesse, divididos por faixa etária, perfil de consumo e outras variáveis, direcionando a comunicação diretamente para o target. Todas essas opções são favoráveis ao panorama atual da comunicação brasileira.

Os avanços tecnológicos ocorridos nos últimos anos e o impacto que essas mudanças geram no comportamento dos consumidores instituíram novos meios de comunicação que já assumem contornos mais nítidos e adquirem aspectos mais concretos. O desafio da comunicação sempre será o de conquistar a efetiva atenção do consumidor, num cenário social cada dia mais congestionado pela multiplicidade de estímulos e informações. O surgimento da Mídia Digital Out of Home é a resposta que o mercado esperava, quando se considerava a relevância que mensagens publicitárias ou promocionais adquirem, quando transmitidas em sincronia com o ambiente em que a ação de mídia se realiza, conquistando a atenção dos consumidores.

Por Elisabeth Guimarães – Grupo Bríndice

Fontes: www.tvminuto.com.br/
Ipsos, Marplan

Como conquistar o coração e o bolso da nova classe média

O desenho social em forma de losango abre novas oportunidades de negócios para todos os setores da economia brasileira. Um alerta para a reformulação dos planos de marketing promocional

A NOVA CLASSE MÉDIA REÚNE 54% DOS BRASILEIROS

A
capa da edição 980 da Revista Exame foi publicada, em 2010, com a seguinte chamada: “Vinte anos para o Brasil ficar rico”. A matéria inicia afirmando que o Brasil já foi uma nação jovem e está a caminho de ser considerado um país povoado por pessoas com expectativa de vida de 73 anos. Atualmente, dois terços da população ocupam a faixa etária considerada economicamente mais produtiva: entre 15 e 64 anos. O fenômeno é batizado pelos especialistas de bônus demográfico – fase próspera de um país, que conta com o máximo possível de pessoas trabalhando.

A proporção dos que estão em idade de produzir continuará crescendo até 2022, quando atingirá um pico de 71%. A previsão é de que nessa data o número de brasileiros em idade ativa passe dos atuais 130 milhões para 147 milhões. Nesse cenário, se o Brasil crescer apenas à média anual de 2,5% propiciada pelo bônus demográfico chegará a 2030 com um produto interno bruto de 3,3 trilhões de dólares, 50% maior que o atual.

O bônus demográfico está sendo confirmado por diversas pesquisas. Uma de âmbito nacional, realizada em 2011, mostra que 2,7 milhões de brasileiros subiram das classes D e E para a nova classe média e 230 mil chegaram ao topo. As famílias da classe C vivem com R$ 1.450,00 mensais e na classe A/B, a renda é de quase R$ 3 mil em média. Mais recentemente, em março de 2012, o Jornal da Globo noticiou que o rendimento dos trabalhadores brasileiros bateu recorde em fevereiro. Com o aumento de renda, muitas famílias subiram de classe social e mais da metade dos brasileiros (54%) faz parte da classe média. A taxa de desemprego do mês de fevereiro de 2012 foi de 5,7%, nas seis regiões metropolitanas do país. É a menor, em dez anos, para o mês de fevereiro e o rendimento médio do trabalhador aumentou: quase R$1.700 mil por mês.

Todos esses números confirmam as projeções do bônus demográfico. As oportunidades de negócios abertas por essa transformação são enormes para todos os setores da economia. Consequentemente abrem uma discussão importante a respeito dos novos hábitos de consumo da chamada nova classe média e a necessidade de reformulação dos planos de marketing promocional.

HÁBITOS DE CONSUMO DA CLASSE C

Segundo levantamento da Fecomércio – RJ/Ips, “Os Hábitos de Consumo Brasileiro” divulgado com exclusividade pela Agência Estado, a intenção de consumo da classe média acelerou o ritmo no começo de 2012. O porcentual de consumidores da classe C dispostos a consumir mais este ano, comparado com o ano anterior, subiu para 24% em janeiro de 2012, ante 15% em igual mês de 2011. Foi o maior avanço entre as faixas de renda pesquisadas.

O maior interesse da classe média em compras também ajudou a impulsionar o gasto médio do brasileiro com alimentação, higiene e limpeza, que cresceu 14,5% no período, de R$ 365,54 para R$ 418,56, em valores atualizados. Entre as prioridades de consumo, o destaque na pesquisa foi a reforma da casa, lembrado por 28% dos consumidores da classe C, contra 17% em janeiro de 2011.

A nova classe média brasileira também está exercendo importante papel para o crescimento do setor de turismo doméstico. Na avaliação do Ministério do Turismo, as classes C e D, com cerca de 25 milhões de novos compradores, está sendo responsável por aquecer o turismo dentro do Brasil. Dados do Depes (Departamento de Estudos e Pesquisa) do mesmo ministério revelam que o incremento na renda de novos segmentos da população fez com que o número de brasileiros que viajam passasse de 43 milhões em 2007 para 50 milhões em 2010.

PLANOS PROMOCIONAIS REFORMULADOS

A partir desses números, fica o alerta para os profissionais de marketing no que diz respeito ao desenvolvimento de planos de campanhas promocionais para esse novo público. O conhecimento dos números que demonstram os hábitos de consumo da nova classe média deve ser considerado na criação de estratégias que realmente chamam a atenção desses consumidores com novas possibilidades de consumo de produtos e serviços.

Estudo divulgado na primeira semana de outubro de 2011 pela Troiano Consultoria de Marca, em parceria com o Ibope Inteligência, confirmou que construir uma relação de proximidade e confiança é o principal caminho para conquistar o coração e o bolso da nova classe média. Portanto, na hora de pensar em campanhas dirigidas para esse público deve-se levar em consideração vários aspectos.

O material promocional deve ser flexível a ponto de ser compartilhado. O público gosta de trocar ideias com a família e os amigos sobre as melhores opções de compra. Vale investir em folhetos e publicações customizadas. As redes de supermercados apostam muito nessa ferramenta, assim como algumas cadeias de varejo que desenvolvem guias de compras e tabloides de ofertas.

Mensagens diretas produzem melhor retorno. Por isso, é importante identificar bem as promoções, comunicar o valor do desconto, esclarecer as condições de pagamento e sinalizar tudo de forma visível no ponto de vendas. Integrantes da classe C não gostam do termo “popular”. Uma boa opção é substituí-lo pela palavra “econômico”, da mesma forma como as companhias aéreas classificam suas poltronas vendidas por preços mais baixos.

O poder de conhecimento do novo consumidor emergente em relação à saúde, bem-estar e preservação da vida no planeta não deve ser subestimado. Boa parte deles já verifica, por exemplo, qual o tipo de gás a geladeira escolhida emite. Outros manifestam o desejo de pagar um pouco mais por um produto orgânico ou que não agrida o meio ambiente.

Concluindo, o Brasil é cada vez mais um país de classe média. O desenho social já não é uma pirâmide, é um losango. A classe média reúne 54% dos brasileiros. Portas abertas para ações promocionais delineadas especialmente para esse público que, além de estar ascendendo socialmente, com certeza, também está mudando hábitos de consumo e preferências. Vale a pena ficar alerta e agir.

Por Elisabeth Guimarães – Grupo Bríndice

Fontes:
Revista Exame
Jornal “O Estado de São Paulo”
Sebrae
Abmapro